Conheça as Juristas Negras
Criado em 2020, o Instituto Juristas Negras (IJN) é um coletivo de mulheres negras que atuam nas mais diversas funções do sistema de justiça brasileiro, com o escopo de enfrentamento ao racismo, ao sexismo e a todas as formas de opressão, a partir da produção, disseminação e articulação de saberes jurídicos afrodiaspóricos e pluriversais. Contando, atualmente, com mais de 140 juristas, o Instituto é intergeracional e possui representantes em todas as regiões do País.
A sub-representação de mulheres negras no sistema de justiça e em outros espaços de poder decisório no Brasil tem impactos diretos na forma como a Justiça se mantém alheia às diferenças, perpetuando concepções universalizantes que acabam por perpetuar o status quo de opressão de grupos vulnerabilizados.
Embora constituam o maior segmento social do País - 28% da população -, mulheres negras são apenas 5% da magistratura brasileira, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça. Além disso, mulheres negras são as maiores vítimas de todos os tipos de violência de gênero - mortalidade materna, violência obstétrica, violência sexual, violência doméstica e familiar, bem como feminicídio, encarceramento em massa etc. - e o grupo social que recebe menor renda média mensal.
Por isso, as mulheres negras – com suas vivências e epistemologias ancestrais, mas também com sua peculiar perspectiva interseccional – são imprescindíveis para a abertura das instituições à diversidade e à luta pela emancipação de todas as pessoas.
Assim, buscamos, a partir da encruzilhada identitária que intersecciona raça e gênero no sistema de justiça brasileiro, construir e disseminar contra-narrativas para o enfrentamento do epistemicídio jurídico e para a ampliação dos horizontes sobre Direito e Justiça. Desse modo, não apenas produzimos e difundimos nossos saberes, mas nos instrumentalizamos para a construção de uma prática jurídica antirracista e antissexista que promova rupturas nas estruturas coloniais de produção e aplicação do Direito.
